{"id":217468,"date":"2025-08-09T06:00:00","date_gmt":"2025-08-09T04:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/?p=217468"},"modified":"2025-07-11T11:25:55","modified_gmt":"2025-07-11T09:25:55","slug":"edith-stein-santa-teresa-benedita-da-cruz","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/edith-stein-santa-teresa-benedita-da-cruz\/","title":{"rendered":"Edith Stein: uma vida dada por amor"},"content":{"rendered":"

A hist\u00f3ria da Santa Teresa Benedicta da Cruz<\/a>cujo nome era Edith Stein<\/strong>\u00e9 um testemunho luminoso de como a busca sincera da verdade conduz, no final, ao encontro com Cristo. A sua vida, marcada pela intelig\u00eancia, pela dedica\u00e7\u00e3o e pelo mart\u00edrio, continua hoje a desafiar muitas mulheres que sentem o chamamento a consagrar-se a Deus de corpo e alma.<\/p>\n\n\n\n

A partir da Funda\u00e7\u00e3o CARF, que tamb\u00e9m apoia a forma\u00e7\u00e3o de religiosas, recordamos o seu exemplo como modelo de fidelidade, de profundidade espiritual e de amor incondicional.<\/p>\n\n\n\n

\"Edith
Obra de arte digital de uma jovem Edith Stein a ler a autobiografia de Santa Teresa de Jesus. <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma juventude marcada pela procura de<\/h2>\n\n\n\n

Edith Stein nasceu a 12 de outubro de 1891 em Wroclaw, uma cidade que na altura fazia parte do Imp\u00e9rio Alem\u00e3o. Era a mais nova de onze filhos de uma fam\u00edlia judia praticante. A sua m\u00e3e, uma mulher de f\u00e9 firme e car\u00e1cter forte, foi para ela um exemplo de for\u00e7a e responsabilidade. No entanto, quando era adolescente, Edith deixou de rezar e declarou-se ateia. Era uma jovem de intelig\u00eancia brilhante, insatisfeita com as respostas f\u00e1ceis e determinada a encontrar a verdade por si pr\u00f3pria.<\/p>\n\n\n\n

Mudou-se para G\u00f6ttingen para estudar filosofia, onde se tornou disc\u00edpula e colaboradora do famoso fil\u00f3sofo Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia. A sua investiga\u00e7\u00e3o filos\u00f3fica n\u00e3o era apenas uma atividade acad\u00e9mica: procurava compreender a estrutura profunda do ser humano, a sua dignidade, a sua liberdade e a sua rela\u00e7\u00e3o com o mundo. Edith interessava-se tamb\u00e9m pelo sofrimento, pela compaix\u00e3o e pela experi\u00eancia interior das pessoas.<\/p>\n\n\n\n

A honestidade intelectual leva-a a abrir-se ao testemunho da f\u00e9 crist\u00e3. O exemplo de amigos crentes, o contacto com o pensamento tomista e, sobretudo, a leitura da vida dos santos, come\u00e7am a comover o seu cora\u00e7\u00e3o. Em particular, fica profundamente impressionada com a serenidade com que uma amiga crist\u00e3 enfrenta a morte do marido, o que a leva a interrogar-se sobre a origem desta esperan\u00e7a firme.<\/p>\n\n\n\n

A viragem deu-se no ver\u00e3o de 1921, durante uma estadia com amigos. Pegou num livro ao acaso na estante: era a autobiografia de Santa Teresa de Jesus<\/a>. Leu-o de uma s\u00f3 vez, durante a noite, e quando acabou disse: \"\u00c9 a verdade\". Este encontro com o santo carmelita espanhol foi uma revela\u00e7\u00e3o interior para Edith. Nele descobre n\u00e3o s\u00f3 a verdade do cristianismo, mas tamb\u00e9m um caminho espiritual que preenche a sua sede de sentido e de realiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\"Retrato
Retrato digital de Edith Stein durante o seu tempo de professora.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Encontrar-se com Cristo<\/h3>\n\n\n\n

Pouco depois desta leitura decisiva, Edith Stein pede para ser baptizada. Recebeu o sacramento a 1 de janeiro de 1922, com 30 anos, na igreja dominicana de Speyer. A partir da\u00ed, viveu uma f\u00e9 profunda, serena e coerente. Mudou radicalmente o seu modo de vida: come\u00e7ou a ir \u00e0 missa todos os dias, a rezar intensamente e a colocar os seus conhecimentos ao servi\u00e7o da verdade revelada em Cristo. Nasceu dentro de si uma nova Edith: uma mulher livre, agradecida e apaixonada por Deus.<\/p>\n\n\n\n

Nos anos que se seguiram, combinou a sua vida espiritual com a sua voca\u00e7\u00e3o intelectual. Trabalhou como professora numa escola cat\u00f3lica, traduziu as obras de S. Tom\u00e1s de Aquino para alem\u00e3o e escreveu ensaios filos\u00f3ficos com uma perspetiva crist\u00e3. O que antes procurava apenas com a raz\u00e3o, compreendia-o agora com a f\u00e9. Para ela, a filosofia e a teologia s\u00e3o caminhos complementares para a verdade plena.<\/p>\n\n\n\n

Na sua rela\u00e7\u00e3o \u00edntima com Cristo, come\u00e7ou a sentir que n\u00e3o bastava viver \"para Ele\" a partir do exterior: sentia que o Senhor lhe pedia uma entrega total, uma vida consagrada. Anos antes, tinha manifestado o desejo de se tornar carmelita, mas os seus compromissos familiares e profissionais tinham-na impedido. No entanto, com a chegada do regime nazi e a crescente persegui\u00e7\u00e3o dos judeus, apercebeu-se de que o seu lugar era junto de Cristo crucificado, intercedendo por todos.<\/p>\n\n\n\n

Em outubro de 1933, entra no mosteiro das Carmelitas de Col\u00f3nia. A\u00ed toma o nome de Teresa Benedicta da Cruz. \u00c9 um passo radical, mas profundamente desejado. Encontrou o seu lugar definitivo: o sil\u00eancio, a ora\u00e7\u00e3o e o sacrif\u00edcio s\u00e3o agora o centro da sua vida. O que o mundo n\u00e3o lhe podia oferecer, encontrava-o no amor de Deus. Respondeu plenamente \u00e0 sua voca\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Voca\u00e7\u00e3o para o Carmelo<\/h3>\n\n\n\n

Durante anos, Edith sentiu crescer dentro de si o desejo de entregar totalmente a sua vida a Deus. Embora inicialmente tenha continuado a sua atividade como professora, escritora e conferencista, deu finalmente o passo que tinha amadurecido na ora\u00e7\u00e3o: em 1933 entrou no mosteiro carmelita de Col\u00f3nia, onde tomou o nome de Teresa Benedicta da Cruz.<\/p>\n\n\n\n

A\u00ed viveu no sil\u00eancio, na ora\u00e7\u00e3o e na penit\u00eancia, intensificando a sua uni\u00e3o com Cristo e oferecendo a sua vida pela salva\u00e7\u00e3o das almas. Estava consciente do perigo que corria como judeu no meio da persegui\u00e7\u00e3o nazi, mas n\u00e3o recuou. Sabia que o seu lugar era ao p\u00e9 da cruz.<\/p>\n\n\n\n

Uma vida oferecida<\/h3>\n\n\n\n

Na sua cela de carmelita, Teresa Benedicta escreveu algumas das suas obras mais profundas. Nelas, fala da cruz como uma escola de amor, como um lugar onde a alma se une a Cristo na sua entrega redentora. Aceitar a cruz\", escreve ela, \"significa encontrar Cristo nela\".<\/p>\n\n\n\n

A sua voca\u00e7\u00e3o n\u00e3o era uma fuga do mundo, mas uma imers\u00e3o radical no mist\u00e9rio do sofrimento humano, baseada no amor. No Carmelo, reza pelo seu povo, pela Igreja, pelo mundo inteiro. A sua consagra\u00e7\u00e3o n\u00e3o foi um isolamento, mas uma intercess\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Em 1942, foi presa juntamente com a sua irm\u00e3 Rosa, tamb\u00e9m ela convertida. A 9 de agosto, foram ambas assassinadas em Auschwitz. Tinha cumprido o seu desejo: oferecer a sua vida, como obla\u00e7\u00e3o de amor, por Cristo e pela humanidade.<\/p>\n\n\n\n

Um exemplo para as voca\u00e7\u00f5es femininas<\/h3>\n\n\n\n

A vida de Santa Teresa Benedicta da Cruz \u00e9 uma fonte de inspira\u00e7\u00e3o para muitas mulheres que hoje se sentem chamadas \u00e0 vida religiosa. Ela ensina que a voca\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 outra coisa sen\u00e3o uma resposta amorosa a um Amor que chama primeiro. E que vale a pena deixar tudo quando o tesouro \u00e9 Cristo.<\/p>\n\n\n\n

Edith Stein n\u00e3o foi uma santa de vida f\u00e1cil ou de respostas imediatas. Procurou, duvidou, sofreu, formou-se, trabalhou, pensou... e no meio de tudo isso, ouviu uma voz que lhe disse: \"Vem e segue-me\". E deixou tudo por Ele.<\/p>\n\n\n\n

O seu testemunho encoraja muitas jovens que, de diferentes cantos do mundo, se perguntam se Deus as chama a consagrar-se, a servi-lo numa comunidade, a viver em ora\u00e7\u00e3o, a entregar-se inteiramente. S\u00e3o mulheres que hoje fazem parte das congrega\u00e7\u00f5es religiosas e que a Funda\u00e7\u00e3o CARF ajuda a formar para que possam responder com generosidade e prepara\u00e7\u00e3o a este chamamento divino.<\/p>\n\n\n\n

Um santo para o nosso tempo<\/h3>\n\n\n\n

Canonizado em 1998 por S\u00e3o Jo\u00e3o Paulo II<\/a>e proclamada co-padroeira da Europa no ano seguinte, Santa Teresa Benedicta da Cruz \u00e9 uma santa profundamente contempor\u00e2nea. Uma mulher que n\u00e3o renunciou \u00e0 raz\u00e3o, mas colocou-a ao servi\u00e7o da f\u00e9. Uma m\u00e1rtir que n\u00e3o odeia, mas perdoa. Uma freira que n\u00e3o se escondeu, mas que se ofereceu.<\/p>\n\n\n\n

A sua vida \u00e9 um hino \u00e0 verdade, ao amor e ao dom de si. E ela continua a lembrar-nos, ainda hoje, que Deus continua a chamar-nos. Que h\u00e1 mulheres corajosas que deixam tudo por Ele. E que vale a pena apoi\u00e1-las.<\/p>\n\n\n\n

Da Funda\u00e7\u00e3o CARF: obrigado \u00e0queles que dizem \"sim\".<\/h3>\n\n\n\n

Na Funda\u00e7\u00e3o CARF, apoiamos com alegria e esperan\u00e7a as voca\u00e7\u00f5es femininas como a de Santa Teresa Benedicta. Sabemos que a sua dedica\u00e7\u00e3o muda o mundo, mesmo que o fa\u00e7a em sil\u00eancio. Que a sua ora\u00e7\u00e3o sustenta a Igreja. Que a sua consagra\u00e7\u00e3o \u00e9 frutuosa.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 por isso que queremos que muitas mais mulheres possam seguir o caminho que Edith Stein seguiu. Que ou\u00e7a a voz que chama. Que possa responder. E que encontrem, como ela, a plenitude na doa\u00e7\u00e3o total de si pr\u00f3prias.<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Edith Stein, Santa Teresa Benedicta da Cruz, fil\u00f3sofa e carmelita, entregou a sua vida a Cristo depois de uma intensa busca da verdade. O seu exemplo continua a inspirar as mulheres que sentem o chamamento para uma vida mais empenhada.<\/p>","protected":false},"author":4,"featured_media":217475,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"give_campaign_id":0,"footnotes":""},"categories":[13],"tags":[],"class_list":["post-217468","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-blog"],"acf":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/217468","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/4"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=217468"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/217468\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/217475"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=217468"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=217468"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/staging.fundacioncarf.org\/pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=217468"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}